segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Fantasia Modulante

Acordo de manhã, lá pelas 6 e meia, esquento a água para o capuccino matinal, acordo as meninas, preparo-lhes o café, ajudo-as a se arrumarem e as levo aos compromissos matinais.

Volto e vou ao bar ... arrumo a bagunça de ontem, ainda de manhã. Verifico estoques e vou às compras (por se acaso!). Pego todo mundo pra almoçar, comemos e todos de volta ao trabalho ou escola.

Volto ao bar (pelas 2 da tarde) e começo a preparar os quitutes, porque às 5, abrimos as portas. As crianças e a esposa voltam sozinhas à tarde, porque tudo tem que estar pronto ...

Os cartazes e fotos de touradas nas paredes, a música vinda direto de uma rádio de Madrid, via internet, acalentam o ambiente ... tudo perfeito ... uma linda tortilla de batatas, canapés para as tapas ... tudo em cima!

E não entra ninguém (ou entra, não importa!) ... triste ... eu ali, sorriso nos lábios, colocando chopp em compo alheio ....

NNÃAAAAAAOOOOOOOO!!!!!!!

Foi aí que eu pensei ... tenho que ser músico! ainda que ninguém queira ... EU ... quero!

Logo, transformamos a idéia ... (também porque precisávamos de espaço em casa ...)

Bem, depois dessa fantasia assombrada, vamos ao café e à continuação em outro post ... abraço.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Tema I - triste codeta

Em Madri, quando vamos, a Mary vai trabalhar e eu encaro a ama-seca .. hehehehe ... cuido das duas. O dia inteiro eu fico com elas, então, não dá muito tempo para refletir, pensar etc.

Nesta ocasião, em que discutíamos o bar, meus únicos momentos de reflexão eram o varal - tendedero - quando eu ia pendurar ou recolher as roupas do varal, que ficava no "teto" do prédio: uma beleza! Lá não tinha quartinho, mas dei um jeito de arrumar um .. hehehehe.

E, nesses momentos, eu refletia, principalmente sobre as palavras de Juan. E, de cada 3 frases para me convencer a abrir um bar de tapas em SJC, ele me lembrava de uma frase que me arrepiava: não pode beber!

Pois é, ter um bar não é frequentar um bar. Comecei, logo, a entender que ter um bar não seria usufruir de um bar: é como ser o cafetão sem poder tocar nas coisas que a gente mais gosta! Ia ser um esforço muito grande ...

Não que eu seja um bêbado! Longe disso ... (eu até gostei da nova lei de trânsito, pena que não posso pagar um motorista), mas viver no ambiente paradisíaco e só tomar uns 3 chopps no fim, pra não ferrar o fluxo de caixa, tá louco!

Comecei, assim, a ver a montanha mais alta do que ela parecia ... o esforço tornou-se hercúleo! Mas a gente havia se animado com a idéia e, para meu espanto, eu comecei a pensar na música como consolo para o bar.

É isso mesmo! Eu já estava querendo ir fazer um concurso, ou trabalhar num banco, ou de frentista ... mas, ia ter um bar. Imaginava o espaço e ia sobrar espaço! Então, eu ia levar meu quartinho pra lá .. e, se desse vontade, ia escrever música, etc.

Enfim, de dentro de uma situação (Tema 1), surge o Tema 2, ou II, como gostam os puristas. Mas, este, fica pra próxima. Bom café.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Tema I e suas consequências

Então, o que se serve em um bar de tapas? Pois é ...

A gente imaginou (e discutiu com o Juan) um provável cardápio - eu diria, polarização - de diferentes quitutes da culinária espanhola. A começar pelas tapas. Geralmente, são canapezinhos com uma rodela de pão e algo em cima (uma fatia de jamon - vai vendo!, ou um patê de atum, ou uma deliciosa combinação de vegetais, como um pequeno pedaço de aspargo sobre uma fatia de presunto (um quadradinho de presunto) e um pouquinho de alface picada, etc.; ou ainda um pedacinho de tortilla de batatas sobre a rodela de pão). Devo dizer que a Mary faz essas delícias como poucos!

Isso seria assim: o cara chega no bar e pede um chopp (ia ter que ter chopp já que, aqui no Brasil, não tem cerveja de torneira (grifo, bière au pressión) ... enfim: quando você vai pra fora, o que sai da serpentina é cerveja, não chopp) ... voltando: o cara pede um chopp e "ganha" um pratinho com 2 desses canapés. Mas o chopp tem que ser do mesmo preço que os outros lugares e, seguramente, tão bom quanto.

Também se come paella fria (uma delícia) como tapa, i.e., o cara, ao pedir um chopp, "ganha" um pratinho (pequeno), com umas 2 colheradas de paella fria (dá pra esquentar, mas fria é melhor), ou um pedaço de tortilla, já mencionada acima. Enfim, mais ou menos isso.

E, é claro, acho também que teríamos que servir algum prato rápido.

Bem, desde esse princípio, já se vê a imensa dificuldade em ganhar dinheiro com isso.

No próximo, a "vida de dono de bar" por Alexandre Ulbanere .. hehehehe (não pode beber, sabiam?).

domingo, 11 de janeiro de 2009

Tema I: Bar de Tapas


Como eu ia dizendo, no último post, eu e a Mary ficamos curtindo a idéia de ter um bar de tapas, principalmente porque o Juan estava realmente disposto a dar todas as dicas (e, inclusive, talvez, entrar de sócio!). E começamos a pensar nas coisas pra fazer (a parte boa, primeiro: os quitutes etc). (post dedicado a isso, posteriormente)

Aqui, abro espaço para uma reclamação - de extrema revolta - contra o sistema capitalista de produção (como se eu precisasse abrir um parêntese para isso! hehehehe): o exorbitante preço do jamon. É um absurdo! Como seria possível montar um bar de tapas sem jamon? O espanhol! Este, da foto, custou 70 euros, com 6 Kg. Trouxemos um de 8 Kg por 80 euros (bom, de qualidade superior a este da foto) e, aqui, qualquer coisa custa 280 reais o Kg! Sacanagem! E importar é caríssimo também (impostos etc). Una lástima!

Bem ... esse era um primeiro problema. Sem falar nos impostos e tal, que isso está previsto. Estávamos, já, fazendo planos quando, então, recebemos a notícia, lá em Madri (e papai encheu a boca pra falar ... hehehehe): "Xande, vc não vai poder beber mais ... hehehehehe ... agora, quem for pego dirigindo alcoolizado vai pra cadeia!". O que é ótimo para a sociedade! Não discuto isso! Mas esfriou o lance do bar.

O Juan, argentino, reclamador da vida que só!, não desistiu: "aqui também é assim ... ninguém prende ninguém, etc. (e com a vírgula antes e o ponto depois, como ensina o Prof. Carlos Moreno)", mas esfriou mesmo ... e eu comecei a pensar como seria a vida de dono de bar.

Conto na próxima ... hehehehe.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Tema introdutório.

Bem, depois de guardarmos a decoração de Natal, começa-se, efetivamente, a respirar o ano novo ...

As esperanças, renovadas, já, agora, se misturam com a realidade a ser enfrentada ... é tempo de executar os sonhos e projetos "para o ano que vem" - que já é agora.

Uma das coisas que quero contar aqui é o que sucedeu na metade do ano de 2008: uma mudança radical na minha forma de pensar ... eu diria, um "amadurecimento atitudinal"! (uau!).

Em julho, fomos à Madri (nossa terra natal .. hehehehe) - a Mary às vezes tem coisas por lá pra resolver - e reencontramos um grande amigo, espetacular cozinheiro, homem de bares e restaurantes da cena madrilenha, Juan; que agora quer curtir a vida entre os pastores ... sair da cidade grande. E dizíamos da viabilidade de São José, para o ramo, principalmente porque, aqui, não há bons restaurantes (incrível isso!).

Eu e a Mary acabamos por animar-nos, devido ao imenso sucesso do restaurante italiano de una amigos de família, em Bauru ... a gente faria um lance espanhol: um bar de tapas ... de verdade!

No próximo, a contnuação com a análise dos fatos ...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Primeiro Post do Ano.

Bem ... feliz ANO NOVO!

Eu ainda estou em recesso ... vou voltar pra casa em alguns dias, mas não pude deixar de escrever ... e não vou escrever da atitude nazista que as "vítimas" do nazismo estão tomando neste fim de ano, para "espanto" da comunidade internacional e apoio do nosso "querido" USA ... nada disso.

Quero falar de um campeão. Esta tarde, chorei como uma criança vendo, na ESPN Brasil, a trajetória do Guga. Sou pobre (músico) e não tenho este canal em casa, por isso vi tudo de uma vez, na casa de papai ...

Lembro-me que o vimos jogar ao vivo (uma façanha quase tão difícil quanto ser primeiro do ranking) ... eu, a Mary, a Dani (esposa do Wal) e o Wal (que me ensinou a jogar tênis), em um desafio Brasil/Argentina, no Ibirapuera.

Nunca tive e, provavelmente, nunca terei a projeção Dele como baterista e, muito menos, como músico (principalmente erudito), por isso, não há termos de comparação. Mas, sim, temos algo em comum: ambos abandonamos nossos amores por causa da DOR. Ele no quadril e eu de hérnia de disco.

Ele ganhou tudo sozinho (não importa quantas pessoas estavam lá com ele ... técnicos, fisioterapeutas etc) e, principalmente, perdeu sozinho. Sei que tem uma família (como eu), mas ainda assim, é sozinho.

Eu faria com prazer um churrasco ou paella a Ele (é claro que ia cobrar um SET, já que até fui rankiado na USP! hahahahahah) ... mas ele merece muito mais. Ele e o Marcos, do Palmeiras, foram os dois esportistas brasileiros que vi, com meus próprios olhos, serem respeitados pela crônica esportiva internacional AO VIVO ... e que, mesmo na decadência e depois, nunca deram vexame.

Boa sorte, meu velho (novo!) ... vc deve ser bem mais que um tenista (toca até baixo. vejam só!) ... e, principalmente, deve ser um homem!

Ontem, na festa de Reveillón que fui, porque meus pais nos convidaram, senti as mãos formigando de vontade de usar as baquetas do batera que estava ali, trabalhando ... e, ainda hoje (mais de 10 anos depois), sinto falta de um ginásio lotado ou de um boteco vazio pra me ver tocar ...

Bom 2009 e que tudo se resolva na nova vida: não só Dele, mas nossa. As dores, tanto físicas, como psicológicas, as marcas das quedas que tivemos, são desafios maiores a serem superados em mais esse ano. Com uma pequena diferença: o MUNDO nunca vai te esquecer, Gg K. E nem eu. E não só pelas alegrias, mas também pelas coincidências: em um domingo em que te via ganhar RG em uma das 3 vezes (ainda me espanta isso: o impossível repetido 3 vezes!), o pai de um dos meus melhores amigos deixava esse mundo ... chorei lágrimas de dois sabores, naquela manhã ... e, seguramente, tua vitória me ajudou em muito.

Feliz 2009 ... e bom começo de ano ... para todos.