sábado, 14 de novembro de 2009

Capitalismo para crianças.

Eu sempre achei curioso, quando os defensores do Kapital dizem que os "da esquerda" fazem tudo com ideologia anticapitalista. Porque eu sempre notei, desde pequeno - por causa da educação que tive em casa, que sempre houve um trabalho ideológico bastante forte para que se aceitasse o estado de coisas do mundo kapital. Desde os esportes, a exposição da sexualidade, e a "liberdade" cantada em prosa e verso.

Adorei saber que os alemães ex-orientais já não suportam viver no mundo kapital e os jovens (principalmente!) votam no partido mais radical de esquerda alemão (Die Links, se não me engano), que promove uma reestruturação no sistema econômico, já que eles crêem que não houve uma reunificação, mas uma anexação da alemanha socialista pela capitalista. Enfim, discussão de alemães.

No Brasil, digo mundo kapital pró-uncleSam, tivemos uma prova um dia desses, assistindo a um desenho que a Virga curte. A história era mais ou menos assim: são 3 adolescentes que batem em todo mundo em nome da Lei e havia um vilão. Ele sequestrou uma delas e colocou-lhe um dispositivo que modificava as ondas cerebrais para que ela lhe obedecesse.

E o vilão tinha um plano secreto, claro. Ele consistia em destruir shoppings e acabar com o consumo no mundo. Eu disse: eu me identifico com esse vilão! hehehehe.

E tivemos que conversar com a Virga sobre isso ... e, depois, veja só, essa é a terra da LIBERDADE! SEM IDEOLOGIAS ... hehehehe. As heroínas eram super consumistas e isso era uma virtude, no desenho. Uma fraqueza: para dominá-las, o vilão lhes joga sapatos de marca. A prisão (masmorra, no caso) era um apartamento de luxo, com revistas sobre moda e todo aparato luxuoso. Um trabalho ideológico feito a uma criança de 6 anos, que vamos levar anos para modificar. E isso, porque temos consciência.

É assim que funciona ... e, ao sempre dizer isso, me ferro, claro. O mesmo acontece na música: idiotas sem conteúdo passam em concursos promovidos por amigos, fazem o que querem, não trabalham, são professores de grandes universidades (com nome) e trabalham a favor desse estado de coisas ... gente achando que a Música serve para passar o tempo, sem consciência da linguagem: um entretenimento realizado por adestrados em universidades. Uma vergonha.

Já dizia Dr. ED, um novo personagem do meu cotidiano: "tudo se resume à confusão entre o público e o privado". De fato. Mais uma consequência do mau caratismo promovido desde a infância e refletido nas Instituições adultas ... nem falo do programa de rádio de um amigo meu que comenta os podres de outras insituições.

Eu adoro aquela frase, cujo autor não posso afirmar: "no kapitalismo, somos educados a sermos consumidores profissionais" e eu completo: fazendo de tudo para isso.

Bom café ... o meu já acabou e estou na dúvida: faço outro? Ou desencano? a resposta, no próximo post ... hehehehe ... se eu lembrar. Até.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Provas

Eu realmente não sei porque temos que submeter nossos alunos às provas. Avaliar continuamente deveria ser uma maneira de conhecer o que o aluno apreende do conteúdo. De fato, seria uma maneira optimal de acompanhar o ritmo do indivíduo.
Quando eu fiz a universidade, não tínhamos provas. Mas, também, não tínhamos conteúdo, salvo raríssimas exceções (uma delas, a mais brilhante e completa, eu transformei no trabalho de mestrado). E eu tenho certeza de que não havia provas para que os professores não pudessem ser contestados.
Qualquer reclamação extra-sala ou mesmo uma "visão diferente" da do professor se refletia na nota final. Algo vergonhoso, que reflete um estado de coisas: a confusão entreo público e o privado que se dá na sociedade capitalista.
No meu caso, faço as provas (e faço questão de fazê-las) justamente para evitar esse tipo de relação com os alunos. E também porque eles mesmos não se respeitam.
É incrível que nenhum deles leia os textos que vc pede: 1/3 lê. O resto, nada. Não realizam os exercícios. E reclamam que vc não deu aula. É incrível!
A vida de professor é assim ... claro: pode ser pior.
Fui a uma defesa de TCC em outra universidade e o professor que me convidou (meu eterno mozo de espadas, a quem cumprimento com deferência) me pediu licença para brigar para receber o salário de junho. Ele ganha bem, até. Bem mais que eu, mas com 5 meses de atraso ... e o MEC não vê essas coisas ...
Mas tem suas compensações ... quando eu descobrir alguma, venho contar.
Por enquanto, basta dizer que me fez bem voltar ao "mundo vivo exterior", embora eu tenha a plena certeza de que o mundo realmente vivo, está, no máximo, num raio de 10 metros do meu quartinho.
Bom dia e bom café (eu mesmo é que voltei a fazer agora, fraquinho e saboroso ...).