sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

É ano novo!

Bem ... depois de 1 semestre, é bom voltar aqui ... rs, para uma conversa - até certo ponto - solitária.

Diferentemente de outros anos, 2011 terminou surpreendentemente bem para todos nós: se, nos últimos o stress e a tensão com o futuro causavam férias desopilantes - daquelas em que se faz reflexões e coisas afins, buscando saídas para o ano seguinte; neste, as coisas foram diferentes.

A partir do segundo semestre, foi como se uma nuvem de gafanhotos tivesse saído de cima de nossas cabeças: tudo aconteceu. Vendemos o apartamento e vamos nos mudar para Jacareí: uma opção pelas meninas ... morar em casa, ver o céu na perpendicular ... hehehe. Gramado, parquinho, piscina... um sonho pequeno burguês.

Além disso, pessoalmente, as coisas andaram surpreendentemente: quem frequenta aqui sabe que eu tenho fama de compositor de música erudita contemporânea, mesmo sem nunca alguém ter ouvido algo que escrevi - nunca tocaram. Os motivos, muitos: muito difícil, muito fácil, muito longa, muito curta; mas a verdade é que não tocam. E eu não pago para que toquem. Fim.

Mas recebi um dinheirinho para que publicassem uma peça minha. A grana pagou um almoço no OUTBACK (aqui em SJC tem, agora): o chopp é bom, a comida razoável, a cebola única e as sobremesas de sonho ... rs ... o paraíso das crianças e do papai, quando toma 2 ou 3 super gigantes chopps - são, bons, grandes e gelados.

Eu fiz a peça há anos - 2005, acho - para que elas (as garotas que realizaram esse projeto - o Duo Brasil) citassem-me em um catálogo, com a promessa de ter a peça publicada: ficou patente que elas não iam tocar, logo de cara ...

Elas publicaram e é curioso o efeito que há nisso. Eu nunca ouvi uma peça minha em público e meus amigos, compositores também, "morreram de inveja" porque ninguém publica ou publicará suas peças, apesar de terem músicas suas gravadas e tals. Um problema do mundo Kapital, em que professores dizem a futuros professores que música não deve ser ensinada para crianças ,,, é só se divertir com elas, dizem em cursos de formação, na própria universidade em que dou aula. Como luitar contra essa ignorância institucionalizada?

Além disso, um aluno - para pagar algumas caronas, provavelmente - resolveu cantar uma canção antiga, que fiz, bem curta, em seu concerto de formatura (valeu, Murilo!). Senti-me mal ... Beethoven sempre dizia que era melhor, a música, quando na imaginação ... e é verdade. O pior foi ter que receber elogios de gente que nem entendeu a peça. Quem poderia, no mundo de hoje, ouvir a condensação do prelúdio de Tristão e Isolda (que tem uns 20 minutos) em 40 segundos? Ninguém nem ouve o acorde do Tristão lá ... uma tragédia, que fez com que eu me lembrasse do dia em que mostrei essa e outra canção, do mesmo ciclo, para o Willy e alguns de seus alunos, meus colegas, no final daquele ano: eles gostaram - eu diria, deliraram. Ouviram a música.

No entanto, alguns "fodões" reclamaram que "era curto aquele hai-cai" ... hehehe. Só rindo.

No mais, voltando a escrever (compor) ... tentando, pelo menos ... é difícil estabelecer uma rotina, quando se tem coisas extra-campo para se fazer (cuidar de filhos, pagar contas, ir ao super, etc) pra ajudar a família. Como eu não ganho o suficiente pra ter uma dona de casa pra fazer isso e me deixar livre, eu sou a dona de casa ... rs, já que ganho MUITO menos.

Esse é o caso, aliás, que pode transformar, no ano que entra, algumas das minhas coisas: na universidade em que trabalho como professor HORISTA, agora me exigem o doutorado. É curioso: eles não pagam para o professor fazer pesquisa, orientar, nada disso. Pagam religiosamente as horas aula e pagam mal (na média das universidades particulares) - ou alguém acha que um mestre deve ganhar 32 reais a hora aula? Ms exigem que você publique e vá a congressos. O apoio institucional: vc pode faltar à aula na data do congressos, tem que repor e, então, recebe. hehehehe. Estou rindo à toa ... rs.

Então, tenho que procurar um programa de doutorado em que eu seja aceito, com qualquer trabalho, afinal, dentro das minhas características. Vai ser estranho.

No mais, o café da Mirian é bom ... antes o dela, que me sai sem trabalho, que o meu, que pode até ser mais gostosos, mas o suor de fazê-lo me estressa ... rs.

Um bom ano aos que lerem isso e saibam: no fundo, a tendência é sempre piorar, portanto, devemos viver hoje como se fosse o melhor dia de nossas vidas. E é.